🌿 “Herança”
Herança: Quando o que sobra divide mais do que une
Voltamos ao assunto da herança…
Alguns pais, mesmo já tendo partido, parecem gostar de ver o circo pegar fogo. Não ensinam o valor de conquistar o próprio dinheiro e deixam heranças como sementes de discórdia na família.
Alguns passam anos brigando por algo que, embora não tenham construído, lhes pertence por direito.
Em certas famílias, o acordo demora tanto a acontecer que aquilo — o objeto de desejo — acaba se tornando o estopim de brigas intermináveis.
A história de Caim e Abel se repetindo, mais uma vez…
Muitos partirão deste mundo antes mesmo de colher o fruto da herança.
E aqueles que não têm filhos ou família? Acabam deixando tudo para um irmão que, ironicamente, já foi um inimigo declarado.
Triste ironia, não é mesmo?
Tudo começa com uma disputa por algo que ainda nem lhes pertence. Chegam ao ponto de nutrir desejos negativos contra aquele que, um dia, foi irmão de alma — com quem dividiram histórias, segredos e até o resto de comida nas panelas.
Onde foi parar o ensinamento de Jesus?
Deixam-se vencer pelo diabo, e perdem o poder da benevolência.
Mas o dinheiro… ah, o dinheiro é finito. Uma hora acaba.
Se os pais ensinaram valores verdadeiros, aquela herança terá um significado simbólico, não financeiro.
Mas se não ensinaram, aquele pouco valerá mais do que a própria vida — e muitos perderão até a própria essência por causa disso.
E assim, o que era pra ser bênção… vira fardo.
A herança deveria carregar o símbolo do amor de quem partiu, mas acaba, muitas vezes, sendo lembrada como o motivo de brigas, distanciamentos e mágoas que duram décadas.
Curioso como alguns se perdem tanto na matéria, que esquecem daquilo que realmente importa.
A herança mais rica que um pai ou uma mãe pode deixar é o exemplo, a bondade, o respeito…
É a lembrança de um colo que acolheu, de um conselho que guiou, de uma mão estendida nas horas difíceis.
Mas muitos ignoram isso, e seguem pela estrada do ego — onde o que vale é o que se pode contar, medir, ou dividir.
Só que o tempo, esse juiz invisível, não tarda em mostrar que o que se leva da vida não cabe em inventário.
De que vale conquistar tudo, se perde o afeto de um irmão?
De que vale vencer a disputa, se o vazio que sobra dentro não encontra cura?
O dinheiro passa. As posses ficam.
Mas as feridas da alma… essas seguem vivas até que sejam tratadas com perdão.
Quem entende o valor de uma família não espera o testamento.
Investe no presente, cultiva a paz enquanto ainda há tempo.
E talvez essa seja a herança mais rara de todas:
aquela que não está no papel, nem no cofre, mas no coração dos que ficam.